(0) Commentivenerdì 8 febbraio 2013
Termina com este Domingo "O Evangelho e Lucia". De fato Pe.
Antonio Guidolin completou os seus comentários aos
evangelhos dos três anos litúrgicos (A,B,C) com os
quais tentou aproximar em cada Domingo a Palavra de Deus à
experiência e aos escritos de Lucia Schiavinato.
Um obrigado especial pelo serviço e pelas reflexões
que ele nos proporcionou e que semanalmente foram traduzidas em
português por Domingos Ribeiro.
Quinto Domingo do Tempo Comum Domingo, 10 de
Fevereiro de 2013
Do Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Lucas 5,1-11.
Naquele tempo, Jesus estava na margem do lago de
Genesaré, e a multidão apertava-se ao seu redor para
ouvir a palavra de Deus.
Jesus viu duas barcas paradas na margem do lago. Os pescadores
haviam desembarcado e lavavam as redes.
Subindo numa das barcas, que era de Simão, pediu que se
afastasse um pouco da margem. Depois sentou-se e, da barca,
ensinava as multidões.
Quando acabou de falar, disse a Simão: "Avança para
águas mais profundas, e lançai vossas redes para a
pesca".
Simão respondeu: "Mestre, nós trabalhamos a noite
inteira e nada pescamos. Mas, em atenção à tua
palavra, vou lançar as redes".
Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as
redes se rompiam. Então fizeram sinal aos companheiros da
outra barca, para que viessem ajudá-los. Eles vieram, e
encheram as duas barcas, a ponto de quase afundarem.
Ao ver aquilo, Simão Pedro atirou-se aos pés de
Jesus, dizendo: "Senhor, afasta-te de mim, porque sou um
pecador!"
É que o espanto se apoderara de Simão e de todos os
seus companheiros, por causa da pesca que acabavam de fazer.
Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram sócios de
Simão, também ficaram espantados. Jesus,
porém, disse a Simão: "Não tenhas medo! De
hoje em diante tu serás pescador de homens".
Então levaram as barcas para a margem, deixaram tudo e
seguiram a Jesus.
Após Jesus o ter trespassado com o seu olhar penetrante e
depois de lhe ter mudado a identidade no seu íntimo mais
profundo, mudando-lhe o nome de Simão para Cefas, Pedro
tinha-o acolhido não só na sua vida, mas
também em sua casa. Não podia esquecer aquele
sábado quando, regressando da sinagoga, tinha curado uma
pessoa que lhe era querida.
Também se tinha dado conta de que quanto aquele homem dizia
e fazia, extraia a sua força de uma relação
única com Deus, que ousava chamar na mais surpreendente das
formas: "Aba", "papá". E de manhã cedo o encontrava
já há muito tempo em oração em lugares
isolados.
Aquele dia porém, nas margens do lago, aconteceu alguma
coisa que lhes abre os olhos de uma nova maneira. Tinha voltado
há pouco com os seus companheiros da pesca noturna; uma
completa desilusão que ainda queimava: pois, não
tinham pescado mesmo nada.
Enquanto concertava de novo as redes naquela barca vazia e punha
os ouvidos em atento ao amigo que estava falando a uma grande
multidão, este lhe pediu para poder usar a sua barca como
"púlpito ou palco". Como recusar? Por outro lado estava
mesmo... livre, vazia e sem nenhum tipo de peixe!
Também nos acontece a nós. Quantas vezes o Senhor
nos pediu alguma coisa para poder chegar melhor aos outros: um
serviço na catequese, no voluntariado, na liturgia... Foi o
que lhe oferecemos boamente, sabendo que era quanto podíamos
de fato dar, mesmo se às vezes nos podíamos sentir um
pouco desiludidos por alguma pesca em vão.
Mas, eis que acontece alguma coisa de inesperado. Jesus lhe pede
agora de se afastar da margem e de voltar a pescar, em pleno dia.
Se calhar, o pescador experiente terá pensado: "Será
hábil, excelente a pregar, mas não percebe nada de
pesca". Ou se calhar, como nós dizemos: "Ofereces-lhe uma
mão e Ele agarra-nos também o braço". O
primeiro pedido era compreensível, este depois já
não era assim tão normal. Conhecemos na vida os
momentos em que o Senhor parece que nos pede alguma coisa que vai
mais além das nossas próprias capacidades e
competências. Sentimo-lo com certeza amigo, porque o fizemos
entrar na casa da nossa vida, mas às vezes nos surpreende
com pedidos que parecem que vão muito mais além das
nossas possibilidades.
Todavia, não obstante as suas perplexidades, Pedro sabe
dar ao Senhor uma antecipação de confiança.
"Em atenção à tua palavra, vou lançar
as redes". Pedro não sabe o que é que lhe
acontecerá, porém tem o coração
aquecido por uma palavra que sabe que é verdadeira. Aquele
amigo não o quer enganar. Já outras vezes viu a
potência daquela palavra. E assim naquela jornada, em pleno
dia, no lago da Galiléia, Pedro folga da maior pesca da sua
vida. Não só uma pesca milagrosa, mas que até
corre o risco de ser... ruinosa, pelo perigo que as barcas se
afundem.
Perante tudo isto só existe lugar para uma
admiração, um êxtase sem fim. O que é
que podemos experimentar quando a nossa confiança é
acolhida pelo Senhor? Não o imaginávamos, todavia era
exatamente aquilo que desejávamos.
Jesus não pediu a Pedro nada de estranho aos seus
desejos.
Jesus realizou de maneira surpreendente exatamente aquilo que
Pedro sonhava: uma grande pesca. Mas Deus pensa sempre em grande e
estimula os nossos desejos para que se tornem sempre mais amplos e
mais verdadeiros. "De hoje em diante, tu serás pescador de
homens". "Pedro - faz-lhe compreender Jesus - mete toda a tua
competência de pescador e toda a confiança que tens em
mim na salvação dos homens do "mar", livrá-los
da desesperação em que vivem. Quando tiras os peixes
para fora da água, eles morrem, mas quando agarrares os
homens, farás com que eles vivam, porque os livras do
afogamento, não deixas que morram afogados".
Também Lucia como Pedro depois de ter
dado uma mão a Jesus, naquele serviço inicial na sua
paróquia, sentiu-se presa pelo braço e depois toda a
sua pessoa. Como Charles de Foucauld também ela podia dizer
que Cristo lhe tinha raptado o coração. É
só por causa de uma tal confiança em Cristo,
confiança ilimitada que Lucia se afastou da margem da sua
vida até chegar mesmo... ao Brasil. Às suas
Voluntárias escrevia: "Vos quero ardentes, de chama, sempre
à altura do vosso ideal de transformação em
Cristo e do serviço incansável. O que vocês
escolheram para as vossas vidas é demasiado belo, demasiado
alto, para que vocês se possam permitir o luxo de abrandar,
de diminuir a velocidade na corrida, de se deixarem apanhar pelo
sono ou pelo cansaço espiritual ou ainda pela nostalgia
daquilo que deixaram para trás de vocês... Por isso
minhas filhinhas olhem sempre em frente e com alegria, com grande
alegria. Se o amor encher o vosso coração, a vossa
vida, certamente que vocês estão na plenitude da
alegria. E olhemos em frente com segurança, que não
é presunção mas sim uma confiança total
no amor, em Cristo".
Pe. Antonio Guidolin